Quantos reinos nos ignoram! O silêncio eterno destes
espaços infinitos me apavora!...
Que o homem tendo voltado a si considere o que é na
medida do que é; e que desta pequena prisão em que se
encontra colocado, o Universo, ele aprenda a estimar
a terra e seja mesmo sua justa medida. Que é o homem no
infinito? O que é o homem na natureza? Um nada em
relação ao infinito, um tudo em relação ao nada, um meio
entre nada e tudo. Infinitamente afastado de compreender
os extremos, o fim das coisas e seus princípios... igualmente
incapaz de ver o nada de onde foi tirado, e o infinito em que
está envolvido. Que fará então a não ser perceber alguma
aparência no meio das coisas, num desespero eterno de não
conhecer nem seu princípio nem seu fim.
(PASCAL)
terça-feira, 27 de novembro de 2007
FRANCIS PONGE
A PAISAGEM
O horizonte, sobrelinhado com acentos vaporosos,
parece escrito em pequenos caracteres, com tinta
mais ou menos pálida segundo os jogos de luz.
Do que está mais próximo, não usufruo mais
do que como de um quadro,
Do que está ainda mais próximo, do que como
de esculturas, ou arquiteturas,
A seguir, da própria realidade das coisas a meus pés,
como de alimentos, com uma sensação de verdadeira indigestão,
Até que finalmente em meu corpo tudo se engolfa e levanta vôo
pela cabeça, como que por chaminé que
desembocasse em pleno céu.
FRANCIS PONGE
O horizonte, sobrelinhado com acentos vaporosos,
parece escrito em pequenos caracteres, com tinta
mais ou menos pálida segundo os jogos de luz.
Do que está mais próximo, não usufruo mais
do que como de um quadro,
Do que está ainda mais próximo, do que como
de esculturas, ou arquiteturas,
A seguir, da própria realidade das coisas a meus pés,
como de alimentos, com uma sensação de verdadeira indigestão,
Até que finalmente em meu corpo tudo se engolfa e levanta vôo
pela cabeça, como que por chaminé que
desembocasse em pleno céu.
FRANCIS PONGE
terça-feira, 13 de novembro de 2007
SÊNECA
Você será avarento se conviver com homens
mesquinhos e avarentos.
Será vaidoso se conviver com homens arrogantes.
Jamais se livrará da crueldade se compartilhar
sua casa com um torturador.
Alimentará sua luxúria confraternizando-se
com os adúlteros. Se quer se livrar de seus vícios,
mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.
(Sêneca)
mesquinhos e avarentos.
Será vaidoso se conviver com homens arrogantes.
Jamais se livrará da crueldade se compartilhar
sua casa com um torturador.
Alimentará sua luxúria confraternizando-se
com os adúlteros. Se quer se livrar de seus vícios,
mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.
(Sêneca)
PASCAL
Todos os homens buscam a felicidade.
E não há exceção. Independentemente dos diversos
meios que empregam, o fim é o mesmo.
O que leva um homem a lançar-se à guerra
e outros a evitá-la é o mesmo desejo, embora
revestido de visões diferentes. O desejo só dá
o último passo com este fim. É isto que motiva
as ações de todos os homens, mesmo dos que
tiram a própria vida.
(PASCAL)
E não há exceção. Independentemente dos diversos
meios que empregam, o fim é o mesmo.
O que leva um homem a lançar-se à guerra
e outros a evitá-la é o mesmo desejo, embora
revestido de visões diferentes. O desejo só dá
o último passo com este fim. É isto que motiva
as ações de todos os homens, mesmo dos que
tiram a própria vida.
(PASCAL)
GABRIEL MARCEL
A existência do EU se efetua por um ato de vontade.
É na fidelidade ao outro que lhe alcanço
a existência. Fidelidade baseada no SER do outro.
Ela é a resposta ativa, é entrega generosa do
próprio ser aos outros seres que nos chamam,
nos reclamam, e assim, nos prendem.
Por isso, o
que nos abre à realidade externa não é o
conhecimento, mas sim o amor. Só o amor nos
abre aos outros e nos torna abertos e disponíveis
aos outros.
(Gabriel Marcel - filósofo existencialista)
É na fidelidade ao outro que lhe alcanço
a existência. Fidelidade baseada no SER do outro.
Ela é a resposta ativa, é entrega generosa do
próprio ser aos outros seres que nos chamam,
nos reclamam, e assim, nos prendem.
Por isso, o
que nos abre à realidade externa não é o
conhecimento, mas sim o amor. Só o amor nos
abre aos outros e nos torna abertos e disponíveis
aos outros.
(Gabriel Marcel - filósofo existencialista)
SÓCRATES
Excesso de entusiasmo pode confundir
os espíritos. Muitos sacrificam a vida
ao elogio, quando é evidentemente
o inverso que deveriam fazer. Essa
é uma evidência básica: é a própria
filosofia. Primeiro a verdade, que
não é submetida a nada. Mas tanto
o elogio como a crítica devem ser
submetidos à verdade. O amor à
verdade deve prevalecer sobre tudo
o mais, inclusive sobre o amor ao amor.
(SÓCRATES)
os espíritos. Muitos sacrificam a vida
ao elogio, quando é evidentemente
o inverso que deveriam fazer. Essa
é uma evidência básica: é a própria
filosofia. Primeiro a verdade, que
não é submetida a nada. Mas tanto
o elogio como a crítica devem ser
submetidos à verdade. O amor à
verdade deve prevalecer sobre tudo
o mais, inclusive sobre o amor ao amor.
(SÓCRATES)
ERICH FROMM
Ainda que conheçamos mil vezes mais sobre nós
mesmos, nunca alcançamos o fundo. Permaneceremos
ainda um enigma para nós próprios, como nossos
semelhantes continuarão sendo um enigma para nós.
O meio único de conhecimento completo está no ato
do amor: ele transcende o pensamento e as
palavras. É o mergulho ousado na experiência da
união. Mas conhecer-se a si mesmo e a outra pessoa
é essencial para superar as ilusões que temos.
Só conhecendo racionalmente um ser humano
poderei conhecê-lo em sua essência última,
no ato do amor.
(ERICH FROMM)
mesmos, nunca alcançamos o fundo. Permaneceremos
ainda um enigma para nós próprios, como nossos
semelhantes continuarão sendo um enigma para nós.
O meio único de conhecimento completo está no ato
do amor: ele transcende o pensamento e as
palavras. É o mergulho ousado na experiência da
união. Mas conhecer-se a si mesmo e a outra pessoa
é essencial para superar as ilusões que temos.
Só conhecendo racionalmente um ser humano
poderei conhecê-lo em sua essência última,
no ato do amor.
(ERICH FROMM)
SUN TSU
A prática de um homem culto se dá no sentido de se
auto-refinar pela quietude e desenvolver a virtude pela
frugalidade. Sem desapego, não há meio de se clarificar
a vontade; sem serenidade, não há como seguir adiante.
O estudo exige calma; o talento requer estudo. Sem o
estudo, não há como expandir o talento; sem calma,
não há como realizar o estudo. Se for indolente, não
conseguirá evoluir; se for impulsivo, não governará
a sua natureza. Os anos correm com as horas; as
aspirações voam com os anos.
SUN TSU
auto-refinar pela quietude e desenvolver a virtude pela
frugalidade. Sem desapego, não há meio de se clarificar
a vontade; sem serenidade, não há como seguir adiante.
O estudo exige calma; o talento requer estudo. Sem o
estudo, não há como expandir o talento; sem calma,
não há como realizar o estudo. Se for indolente, não
conseguirá evoluir; se for impulsivo, não governará
a sua natureza. Os anos correm com as horas; as
aspirações voam com os anos.
SUN TSU
CLARICE LISPECTOR
Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
Que a presença é pouco:
Quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro
Para uma unificação inteira é um dos
Sentimentos mais urgentes
Que se tem na vida.
(CLARICE LISPECTOR)
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda
Que a presença é pouco:
Quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro
Para uma unificação inteira é um dos
Sentimentos mais urgentes
Que se tem na vida.
(CLARICE LISPECTOR)
MASTER KHANE
Não procures a verdade fora de ti,
Ela está em ti, em teu ser.
Não procures o conhecimento fora de ti,
Ele te aguarda em tua fé interior.
Não procures a paz fora de ti,
Ela está instalada em teu coração.
Não procures a felicidade fora de ti,
Ela habita em ti
Desde a eternidade.
MASTER KHANE
Ela está em ti, em teu ser.
Não procures o conhecimento fora de ti,
Ele te aguarda em tua fé interior.
Não procures a paz fora de ti,
Ela está instalada em teu coração.
Não procures a felicidade fora de ti,
Ela habita em ti
Desde a eternidade.
MASTER KHANE
MANUEL BANDEIRA
O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os...
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
MANUEL BANDEIRA
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os...
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
Vi terras da minha terra.
Por outras terras andei.
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado,
Foram terras que inventei.
Gosto muito de crianças:
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.
Criou-me, desde eu menino
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!
Não faço versos de guerra.
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!
MANUEL BANDEIRA
GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ
Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu
lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu
estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem,
mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação
inventado por mim para ocultar a desordem da minha
natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude,
e sim como reação contra a minha negligência; que pareço
generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço
passar por prudente quando na verdade sou desconfiado
e sempre penso o pior, que sou conciliador para não
sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual
para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo
alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da
alma e sim um signo do zodíaco.
(Gabriel Garcia Márquez)
lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu
estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem,
mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação
inventado por mim para ocultar a desordem da minha
natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude,
e sim como reação contra a minha negligência; que pareço
generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço
passar por prudente quando na verdade sou desconfiado
e sempre penso o pior, que sou conciliador para não
sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual
para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo
alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da
alma e sim um signo do zodíaco.
(Gabriel Garcia Márquez)
HENRY THOREAU
Esta vida não foi feita para ser lamentada,
mas para ser usufruída.
A vida é uma batalha na qual deveis
Mostrar vosso valor - e ai dos covardes!
O desespero e o adiamento são
Sinônimos de covardia e derrota.
Os homens nasceram para vencer,
não para fracassar...
Estais sujeito à matéria e ao tempo.
Há em vós pensamentos audazes,
se não vos valer-vos deles,
para que vos servirá então
O fogo que roubastes dos céus?
(HENRY THOREAU)
mas para ser usufruída.
A vida é uma batalha na qual deveis
Mostrar vosso valor - e ai dos covardes!
O desespero e o adiamento são
Sinônimos de covardia e derrota.
Os homens nasceram para vencer,
não para fracassar...
Estais sujeito à matéria e ao tempo.
Há em vós pensamentos audazes,
se não vos valer-vos deles,
para que vos servirá então
O fogo que roubastes dos céus?
(HENRY THOREAU)
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