HERA E ZEUS

JOHN DELVILLE

segunda-feira, 9 de julho de 2007

DECIDIR E AGIR - ARISTÓTELES

Decidir e agir voluntariamente não é, contudo, a mesma coisa,
pois, a ação voluntária é um fenómeno mais abrangente.
É por essa razão que ainda que tanto as crianças como
os outros seres vivos possam participar na ação voluntária,
não podem, contudo, participar na decisão.
Também dizemos que as ações voluntárias dão-se subitamente, mas não assim de acordo com uma decisão.
Os que dizem que a decisão é um desejo, ou uma afecção,
ou anseio, ou uma certa opinião, não parecem dizê-lo corretamente,
porque os animais irracionais não tomam parte nela.
Por outro lado, quem não tem autodomínio age cedendo ao desejo, e,
desse modo, não age de acordo com uma decisão.
Finalmente, quem tem autodomínio age, ao tomar uma decisão,
mas não age, ao sentir um desejo.
Um desejo pode opor-se a uma decisão, mas já não poderá
opor-se a um outro desejo.
O desejo tem em vista o que é agradável e o que é desagradável.
A decisão, contudo, não é feita em vista do desagradável nem do agradável.

Aristóteles, in 'Ética a Nicómaco'

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