HERA E ZEUS

JOHN DELVILLE

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

HERMANN HESSE

Caminhando cada vez mais devagar, absorvido pelos pensamentos,

Sidarta perguntou-se a si mesmo: “Mas que desejaste aprender dos

teus mestres e extrair dos seus preceitos? Que será aquilo que eles,

que tanto te ensinaram, não conseguiram propiciar-te?”

E ele encontrou a resposta: “Era meu desejo conhecer o sentido

e a essência do Eu, para desprender-me dele e para superá-lo.

Porém não pude superá-lo. Apenas logrei iludi-lo. Consegui, sim,

fugir dele e furtar-me às suas vistas. Realmente, nada neste mundo

preocupou-me tanto quanto esse Eu, esse mistério de estar vivo,

de ser um indivíduo, de achar-me separado e isolado de todos os

demais, de ser Sidarta! E de coisa alguma sei menos do que sei

quanto a mim, Sidarta!”



Hermann Hesse - Sidarta

Nenhum comentário: