Caminhando cada vez mais devagar, absorvido pelos pensamentos,
Sidarta perguntou-se a si mesmo: “Mas que desejaste aprender dos
teus mestres e extrair dos seus preceitos? Que será aquilo que eles,
que tanto te ensinaram, não conseguiram propiciar-te?”
E ele encontrou a resposta: “Era meu desejo conhecer o sentido
e a essência do Eu, para desprender-me dele e para superá-lo.
Porém não pude superá-lo. Apenas logrei iludi-lo. Consegui, sim,
fugir dele e furtar-me às suas vistas. Realmente, nada neste mundo
preocupou-me tanto quanto esse Eu, esse mistério de estar vivo,
de ser um indivíduo, de achar-me separado e isolado de todos os
demais, de ser Sidarta! E de coisa alguma sei menos do que sei
quanto a mim, Sidarta!”
Hermann Hesse - Sidarta
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