HERA E ZEUS

JOHN DELVILLE

segunda-feira, 31 de março de 2008

ANTONIN ARTAUD

Fazer surrealismo não é levar o surreal para o real,

onde ele vai criar bolor e dormir, amontoar-se e depositar-se

nas vidraças bem ajustadas dos livros, mas elevar

materialmente o real até esse ponto em que a alma deve brotar

dentro do corpo e não parar de amotinar o corpo.

— É aquilo que o mundo ainda não conheceu e o surrealismo

não pôde fazer, porque a alma do homem atual é prisioneira de

um mau corpo que lhe proíbe toda a poesia e a força a viver

sob o irremissível pelourinho das leis, sejam de exército,

de policia, de igreja, de justiça ou de administração.

E são principalmente a igreja.



ANTONIN ARTAUD

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