Letras, incisões na arena, na transpiração.
Signos que desaparecerão na água ou no vento.
Símbolos estupidamente aferrados à hora,
Que se cumpre dentro de mim, ao silêncio.
Para que fender esta remota solidão das coisas?
Por que enchê-las de súplicas, de traços, de invocações?
Porque é um modo de reduzir o espaço, a origem;
De iluminar, mediante o pobre protesto,
A vida sombra que se filtra sobre o instante.
Porque assim as muralhas desse cárcere,
Que eu mesmo erigi, não prevalecerão
Contra meu nada.
(José Emílio Pacheco - poeta mexicano)
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