Nos anos da juventude venera-se ou despreza-se e paga-se,
com justiça, muito caro o ter assaltado deste modo as coisas e
as pessoas com sim e não...
até que o homem aprenda a pôr um pouco de arte nos seus
sentimentos e prefira ousar fazer uma tentativa com o artificial:
tal como o fazem os verdadeiros artistas da vida: a juventude,
já de si, é algo que engana e falseia.
Mais tarde, quando a alma jovem, martirizada por mil desilusões,
se volta por fim, desconfiada, contra si mesma, ardente e selvagem
ainda, mesmo nas suas suspeitas e remorsos: como se encoleriza
consigo mesmo, como se dilacera com impaciência, como se
vinga da sua longa cegueira, como se ela tivesse sido voluntária!
NIETZSCHE
Nenhum comentário:
Postar um comentário