HERA E ZEUS

JOHN DELVILLE

segunda-feira, 31 de março de 2008

MARIO VARGAS LLOSA

Inventar e contar histórias é coisa tão antiga como falar,

uma atividade que deve ter nascido e crescido com a

linguagem (...) Os contos e as histórias foram anteriores às

religiões e também seus rudimentos, as sementes que a

imaginação, o medo e o sonhos da imortalidade desenvolveriam

depois em mitos, teologias, sistemas filosóficos e

arquiteturas intelectuais fabulosas. Assim, junto à vida

verddeira, a do suor, da fome, da rotina, da doença, outra

vida surgiu, feita de palavras e fantasias. Vida que se escutava

ao redor das fogueiras e permanecia na memória, como

um vinho que se podia beber pouco a pouco a fim de

reviver aquela embriaguez que tirava o ser humano do

mundo real e o levava a outro, feito de oásis e aventuras

sem fim, um mundo onde todos os sonhos podiam ser

realizados e no qual homens e mulheres viviam muitas

vidas e vivenciavam a morte.


MARIO VARGAS LLOSA

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