Todos os movimentos da sensibilidade, por
agradáveis que sejam, são sempre interrupções
de um estado. Não só as grandes preocupações,
que nos distraem de nós, mas até as pequenas
alegrias, perturbam uma quietação a que todos,
sem saber, aspiramos.
Vivemos quase sempre fora de nós, e a mesma
vida é uma perpétua dispersão. Porém, é para
nós que tendemos, como um centro em torno do
qual fazemos, como os planetas, eclipses absurdas
e distantes.
(FERNANDO PESSOA)
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